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Como lidar com o luto infantil?

Quando perdemos alguém o vazio toma conta do nosso dia-dia, sentimos tristeza e angústia, é uma dor que finca em nosso peito e parece que nunca vai passar. O processo do luto leva um tempo e até que amenize esse sofrimento temos que saber lidar. Neste período é natural que questionemos o significado e o propósito da vida. E quando uma criança passa pela perda de alguém? Como lidar, agir e falar? Os questionamentos também ocorrem de uma forma muito simplificada, menos consciente com relação a uma vida adulta, mas a consciência da perda existe. Pois um dia já presenciaram pequenas mortes como de insetos, de plantas e de pequenos animais.

Até aos seis anos a criança não entende que a morte é irreversível, não difere fantasia da realidade. No entanto, é importante que ela se depare com a realidade, quanto mais informação receber, menos doloroso vai ser, e aos poucos entenderá   a realidade da morte. Se precisar chorar na frente da criança, chore. Isso mostra a ela que não tem problema se sentir triste também. E que tudo bem mostrar as emoções. Embora a maioria delas ainda não aprendeu a reprimir ou negar sentimentos, geralmente se permitem ficarem tristes.

Leitura

De acordo com Mylena Cooper, autora do livro “ O Dia em Que a Vovó do Banzé Morreu, voltado para crianças enlutadas reforça que falar a verdade para os pequenos é sempre a melhor opção.  “Falar que a pessoa falecida foi viajar, por exemplo, cria a expectativa da volta e faz a criança pensar que a pessoa se esqueceu dela”. Comparar a morte com um sono profundo, ou com dormir, também pode causar transtornos. “Fantasias, como ‘virou uma estrela’ ou ‘agora tem asas’, é sempre melhor deixar para a própria criança desenvolver da forma que for mais reconfortante para ela”, aconselha.

Levar a criança ao velório ou ao cemitério não é errado. Segundo Mylena, não se deve forçar, mas pode-se encorajar a criança a ir. “As crianças são membros da família e têm direito de participar desse momento para esclarecer suas dúvidas e fantasias. Participar das etapas faz com que elas se sintam importantes. As visitas ao cemitério ou à Sala de Memórias de cinzas são boas aberturas para elas exporem o que sentem”, afirma.

A leitura também pode ser uma das aliadas no processo do luto infantil, o livro “  O Dia em Que a Vovó do Banzé Morreu” por exemplo aborda o tema de uma forma leve uma vez que  esclarece que é normal chorar e expressar tristeza, e que a criança não tem culpa sobre a morte da pessoa querida – o que é comum ocorrer. Mas, acima de tudo, comenta Mylena, o que as crianças mais precisam nesses momentos é se sentir amadas e seguras. “Conhecimento nenhum é mais poderoso do que o amor. É tudo de que a criança precisa: bons ouvidos e um bom colo”, resume.

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